| Because time won't give me time

agosto 05, 2017



Nos últimos dias dei por mim a reflectir sobre a brevidade e fugacidade das coisas e do medo que tenho da rapidez com que passam. Um dos meus maiores receios é o de não aproveitar tudo aquilo que tenho ao meu dispor enquanto o posso - e devo! - fazer. Tenho receio que tudo o que me é importante não dure o tempo suficiente que preciso que dure, para que possa desfrutar e, simultaneamente, habituar-me à sua ausência. 

Tragédias como as que têm manchado as páginas da história do país e do mundo, levam-me a pensar que podemos e devemos passar por cima dos pequenos contratempos diários com que somos confrontados, de situações insignificantes que, olhando ao nosso redor, não se comparam com os verdadeiros obstáculos que outros enfrentam. Fazem-me reflectir que não devo lamentar as pequenas coisas e canalizar a minha energia para o lado negativo dos acontecimentos. Para quê desesperar no trânsito da cidade ou nas filas do supermercado, ter pouca tolerância com pessoas lentas e rogar pragas às pedras da calçada por um salto arruinado? Não digo que não o façamos de todo, mas pelo menos que não lhes atribuamos uma importância desadequada. Quantas destas, e de outras, situações diárias representarão obstáculos reais e quantas delas serão obstáculos criados por nós? São estes pequenos acontecimentos diários que nos distraem do que é verdadeiramente importante e significativo. 

Cada vez tenho mais a consciência e a certeza de que não faz sentido lamentar estes pequenos grãos de areia no nosso caminho. Não faz sentido não viver plenamente, não procurar fazer aquilo que nos dá prazer, com as pessoas que nos são mais importantes. Não faz sentido guardar rancores e alimentar ódios, quando podemos direccionar a nossa energia para as coisas positivas. Acima de tudo, não gosto de ter de ser necessário ser confrontada com uma situação difícil, para reflectir sobre tudo isto e sobre a forma como tenho encarado as minhas pequenas provações diárias.

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5 Comentários

  1. "Quantas destas, e de outras, situações diárias representarão obstáculos reais e quantas delas serão obstáculos criados por nós?" Não poderia ter dito melhor...

    E revi-me imenso quando referiste as pessoas que andam devagarinho nas ruas, porque tenho a mania de andar a 180km/h e detesto quando fazem isso. Mas entendo a mensagem, percebo que não devo deixar que coisas insignificantes me estraguem o dia...

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  2. Eu acredito plenamente que as situações difíceis acontecem para que não nos esqueçamos do valor e da importância das boas. É sempre uma chatice quando acontecem, mas são sempre lições! :)
    R: Fico muito feliz por teres ficado motivada com o meu texto, é bom quando as coisas boas são contagiosas :D ficarei atenta às mudanças aqui pelo teu blog!
    beijinhos

    la veine chronicles

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  3. é tão importante chegar às conclusões que nos deste neste texto, espero que consigas pôr em prática esta mesma filosofia:)

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  4. Inês, não sei se alguma vez to escrevi, mas gosto realmente do teu blogue e da quantidade gigante de tranquilidade que ele me traz. Esta publicação é só mais um exemplo disso: dei por mim, nas 2 últimas semanas, a relê-la 4 vezes... especialmente, uma vez que todas estas coisas e atitudes são coisas em que acredito e que implemento no meu dia-a-dia.
    Espero que esteja tudo bem contigo e que mudes um pouco o mundo à tua volta todos os dias 💛💖

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    1. Joaninha, não imaginas a minha alegria ao ler este teu comentário. Muito obrigada pelo carinho e pela força que transmites com as tuas palavras. És sempre uma lufada de boas energias. Um beijo enorme! :)

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