FAMÍLIA | As Bodas de Prata

A semana que passou teve um início muito especial com a comemoração do aniversário de casamento dos meus pais. O dia 22 de Agosto sempre foi um marco lembrado e este ano a data teve um gosto especial pela celebração das Bodas de Prata.

Celebrámos em família, num clima descontraído, proporcionado pelas férias, e brindámos a vinte e cinco anos de união, partilha, de cumplicidade e amor. Um amor puro e sincero que me faz acreditar numa vida em conjunto, quando existe respeito, compreensão e sinceridade. 

Sinto-me uma pessoa com muita sorte por poder ter os meus pais casados e felizes ao longo de tantos anos de vida em comum. É com muito orgulho que olho para ambos e vejo neles um exemplo a seguir, em várias facetas. São bastante diferentes um do outro, mas juntos fazem sentido e dão certo, e eu gosto de me rever nas várias características de personalidade de cada um. 

Gosto de os celebrar todos os anos, fazendo com que não seja apenas mais um dia igual aos outros. Gosto que tenham o destaque e a atenção que merecem, num dia que celebra o amor que os une. 

Aos meus pais agradeço o mundo. Agradeço terem-me proporcionado uma infância feliz, repleta de beijinhos, carinhos, baloiços, chupa-chupas e filmes da Disney, agradeço toda a liberdade que me foi dada para que pudesse fazer as minhas escolhas, sempre sabendo que tinha em quem me apoiar caso o caminho fosse turbulento. Aos meus pais agradeço tudo e quero um dia poder retribuir o tanto que já me deram.


TELEVISÃO | 4 Dramas Históricos que vi recentemente


Não é desconhecido que tenho um fascínio por séries e filmes de época, principalmente quando são baseados em factos verídicos. Tenho curiosidade em descobrir mais sobre a história do mundo e apesar de gostar de ler um bom livro sobre o assunto, também gosto de consumir séries e filmes, principalmente as que aliam a ficção à realidade da nossa História e permitem ao espectador uma experiência rica e entusiasmante. É por isso que gosto tanto de dramas históricos, ou period dramas, aqueles que nos dão uma visão de outros tempos e de dificuldades que, para nós, são verdadeiramente distantes e desconhecidas - os descobrimentos, as colonizações, a guerra, a religião, os reinados, o renascimento e as diferenças culturais e sociais associadas a cada período histórico. Desta forma, reuni um conjunto de séries que comecei a ver recentemente e que encaixam nesta descrição. Algumas mais, outras menos, todas elas retratam factos verídicos de algum pedaço da História do mundo e são as que destaco no meio de muitas. 

Jamestown (2017 - )
Depois de Downton Abbey ter exibido o seu derradeiro episódio em 2015, saber que iria estrear uma nova série cuja produção tinha a mesma assinatura, deixou-me em pulgas. A trama de Jamestown é passada em 1607, altura em que os ingleses decidiram colonizar a América e assentar na província da Virgínia - não ocupada por índios. A terra, situada à margem do rio James, foi então baptizada de Jamestown pelos primeiros colonos. Lembram-se da Pocahontas, certo? Então o nome Jamestown é capaz de não vos ser desconhecido, uma vez que o filme da Disney é passado exactamente na mesma época e local, abordando o mesmo pedaço da história da colonização da América pelos ingleses.
A nova série, exibida pela FoxLife retrata as dificuldades dos colonos na adaptação ao novo ambiente. Dificuldades essas que são apenas colmatadas com a chegada do novo governador à província. Com ele, chegam novas e boas noticias - para além de serem concedidas terras aos trabalhadores mais leais, a colónia prepara-se para receber as primeiras mulheres, passados 12 anos. São 90 e chegam com a missão de casar apenas com os homens com condições para pagar por elas, afim de assegurar a continuidade de Jamestown. 
A série foca-se na vida e experiências de três mulheres - Jocelyn, Verity e Alice -, cada uma com diferentes percursos de vida e destaca o papel importante das mesmas na colonização da província e não só. Numa época em que as mulheres eram vistas e tratadas como objectos de posse e compradas para se tornarem esposas, a demonstração de força e contrariedade perante este sistema é um dos muitos pontos positivos que destaco desta nova produção. Pelo meio assistimos a lutas entre irmãos, disputas amorosas, jogos de poder, influência e sedução que, a meu ver, são a chave para aguçar a curiosidade e a expectativa. A série conta apenas com 8 episódios na primeira temporada, já tendo sido renovada para uma segunda.

fonte: IMDb

Victoria (2016 - ) 
A primeira temporada já terminou faz meses e aguardo com muita expectativa pela segunda. Falo, claro, da série britânica Victoria. Produzida e exibida pelo canal televisivo inglês Itv, a série retrata a história da rainha Victória de Inglaterra, desde o momento em que, aos 18 anos, ascende ao trono, após a morte do Rei William IV, seu tio. A primeira temporada retrata os primeiros anos do reinado de Victória, as suas dificuldades na adaptação ao trono e o romance e casamento com o Príncipe Albert. Dona de uma beleza indiscutível, a actriz Jenna Coleman interpreta uma jovem rainha muito pouco dada a seguir ordens ou protocolos. A sua tenra idade e baixa estatura iludem os mais interesseiros, que a vêem como uma rainha vulnerável e fácil de manipular. Contudo, o orgulho e a teimosia de Victória, aliados a conselhos sábios, ajudam-na a ganhar alguma credibilidade e respeito junto do Parlamento. No entanto esta será uma luta feita passo a passo e nada fácil.
A série conquistou-me desde o primeiro momento pela belíssima produção, cenários e enredo e acho que tem muito para evoluir. A primeira temporada está a ser transmitida novamente pela RTP1. A segunda tem estreia marcada para o final deste ano e continuará a abordar a luta de Victória no seu papel de rainha, bem como a gestão da sua vida pessoal, com o seu marido e filhos. 

fonte: IMDb

The Halcyon (2017 - )
A promessa era a de que seria a nova Downton Abbey (2010-2015), repleta de drama, tragédia e algum escândalo, no seio da sociedade britânica, mas desta vez centrada no quotidiano dos trabalhadores e donos de um prestigiado hotel de cinco estrelas, em tempo de guerra. Com grande foco na classe trabalhadora, The Halcyon é uma série passada em 1940, que nos dá uma perspectiva diferente da Segunda Guerra Mundial - O foco não está no "campo de batalha", nem nos planos estratégicos dos soldados, mas sim no quotidiano da sociedade londrina durante este período e no impacto da guerra na vida dos seus habitantes.
Na minha opinião, The Halcyon conquista pela música de época, pelo retrato das festas e do glamour dos anos quarenta. Não é nenhuma Downton Abbey - dificilmente alguma outra será -, mas cumpre a promessa de nos envolver nas vidas dos personagens, no terror da incerteza do dia seguinte, perante um cenário bélico, literalmente, à sua porta. 
Ainda sem confirmação para uma segunda temporada, The Halcyon terminou sem um desfecho, deixando muitas histórias em suspenso. Ainda que considere que poderia ser melhor em alguns aspectos, espero por, pelo menos, mais uma temporada, de forma a dar continuidade e encerramento a certos enredos.

fonte: IMDb

Medici: Masters of Florence (2016 - )
Mais um drama, mais uma série de época. Desta vez uma co-produção Italiana e Britânica, passada em Florença, no século XV, durante a dinastia Medici. A série tem como protagonista Cosimo de' Medici - que poderão reconhecer de Game of Thrones -, herdeiro do Banco de Medici em consequência da morte do pai, Giovanni di Bicci de Medici, após este ter sido envenenado. Cosimo assume a liderança de uma das famílias mais poderosas da época, enquanto se questiona sobre a misteriosa morte do pai. A série foca frequentemente o passado da família Medici, 20 anos antes, altura em que o jovem Cosimo sonhava com uma vida de artista, rejeitando seguir os planos do pai e tornar-se banqueiro. Retrata a ascensão do patriarca da família, desde a criação do seu próprio banco, em 1397, até se tornar num dos homens mais ricos e poderosos da Europa. A série destaca a paixão de Cosimo pela arte e arquitectura e assume o papel importante do mesmo no Renascimento.
A série, com 8 episódios, está a ser transmitida pela RTP1 e ainda que esteja muito no inicio da temporada, acho que tem o enredo necessário para me manter expectante até ao fim. É um drama politico, cheio de intriga, conspirações e a sua dose de drama e tragédia, numa época medieval marcada pela forte influência e poder da igreja e palco do nascimento do Renascimento. 

fonte: IMDb

| Because time won't give me time



Nos últimos dias dei por mim a reflectir sobre a brevidade e fugacidade das coisas e do medo que tenho da rapidez com que passam. Um dos meus maiores receios é o de não aproveitar tudo aquilo que tenho ao meu dispor enquanto o posso - e devo! - fazer. Tenho receio que tudo o que me é importante não dure o tempo suficiente que preciso que dure, para que possa desfrutar e, simultaneamente, habituar-me à sua ausência. 

Tragédias como as que têm manchado as páginas da história do país e do mundo, levam-me a pensar que podemos e devemos passar por cima dos pequenos contratempos diários com que somos confrontados, de situações insignificantes que, olhando ao nosso redor, não se comparam com os verdadeiros obstáculos que outros enfrentam. Fazem-me reflectir que não devo lamentar as pequenas coisas e canalizar a minha energia para o lado negativo dos acontecimentos. Para quê desesperar no trânsito da cidade ou nas filas do supermercado, ter pouca tolerância com pessoas lentas e rogar pragas às pedras da calçada por um salto arruinado? Não digo que não o façamos de todo, mas pelo menos que não lhes atribuamos uma importância desadequada. Quantas destas, e de outras, situações diárias representarão obstáculos reais e quantas delas serão obstáculos criados por nós? São estes pequenos acontecimentos diários que nos distraem do que é verdadeiramente importante e significativo. 

Cada vez tenho mais a consciência e a certeza de que não faz sentido lamentar estes pequenos grãos de areia no nosso caminho. Não faz sentido não viver plenamente, não procurar fazer aquilo que nos dá prazer, com as pessoas que nos são mais importantes. Não faz sentido guardar rancores e alimentar ódios, quando podemos direccionar a nossa energia para as coisas positivas. Acima de tudo, não gosto de ter de ser necessário ser confrontada com uma situação difícil, para reflectir sobre tudo isto e sobre a forma como tenho encarado as minhas pequenas provações diárias.