RETROSPECTIVA | Maio 2017


Maio termina e depressa me apercebo que chegamos a meio do ano. É incrível como o tempo passa demasiado depressa. Este quinto mês foi colorido e caloroso. Foi um mês muito positivo, algo emocionante e mais preenchido, como há muito esperava. Maio foi um mês... 

de Conquistas
O dia 13 trouxe uma enorme conquista para Portugal, daquelas que são raras de acontecer - o equivalente a termos vencido o campeonato da Europa de Futebol, mas na música. Falo, claramente, da vitória portuguesa no Festival Eurovisão da Canção, da vitória do Salvador Sobral e da vitória de milhões de portugueses que torciam para ver, pela primeira vez, um triunfo cantando em português no maior festival de música da Europa. Foi uma vitória construída a dois e festejada por milhões. Tenho para mim que é coisa de se experienciar pouco mais do que uma vez na vida. Por isso, considero-me com sorte e orgulhosa em ter tido a oportunidade de assistir a esta conquista e fazer dela uma memória para recordar sempre. 
Uma outra vitória - não menos importante - foi a conquista do tetra campeonato do meu Benfica. Um feito a que assisti orgulhosa e que contarei a filhos e netos.

de Celebrar as mães 
Em especial a minha, a quem devo um mundo de agradecimentos, beijinhos e amor infinito. Num dia que lhe foi inteiramente dedicado, partilhei uma mensagem especial, aqui

de Trabalho
Graças a alguma persistência, vontade de regressar à rotina e ao facto de não querer baixar os braços, consegui ser aceite para um estágio de observação, de algumas horas, na área da Paralisia Cerebral. Ainda não é uma situação definitiva, mas por agora é a que me permite manter a trabalhar, ocupada e a evoluir profissionalmente e, por isso, vou agarrá-la com unhas e dentes. Farei parte de um projecto de investigação que me irá ocupar bastante tempo e me dará uma formação e experiência acrescidas na área. E isso é tudo o que posso desejar, neste momento. 

de Altruísmo
Terminei o mês de coração cheio a ajudar quem mais precisa e doei parte do meu tempo ao Banco Alimentar Contra a Fome. Foi a primeira vez que participei como voluntária do Banco Alimentar e o sentimento com que terminei as curtas horas do meu turno foi de gratidão para com quem organiza estas iniciativas, dando alimento - essa necessidade tão básica - a quem não tem forma de o conseguir. É tão bom podermos doar o nosso tempo a estas causas. Não custa nada e faz-nos colocar as coisas em perspectiva e sentir agradecidos por tudo o que temos, quando outros têm tão pouco... 

FILMES | Perdidos (2017)


A uma semana da estreia de Perdidos, o meu feed de instagram era inundado com publicações e excertos referentes ao filme. Depois de assistir ao trailer pensei Acho que já vi isto... E não foi só impressão minha. Apesar de reconhecer semelhanças óbvias com outro filme, fiquei muito curiosa com este, pois é raro ver um filme português do género. Confesso que tive receio que se tratasse apenas de uma imitação barata e que me fizesse arrepender, mas não foi o caso. Apesar de ser um remake de um filme americano - Open Water -, não deixa de ter o seu valor. E para quem gosta do género, não acho que seja uma desilusão, comparativamente ao original. 

Acho que o cinema português tem estado a crescer e a primar cada vez mais pela qualidade. E valorizo isso. Apesar de há uns anos não considerar sequer pagar um bilhete de cinema para ir ver um filme português, hoje gosto de pensar que vale a pena. E, ultimamente, não tenho saído arrependida. Pelo contrário.

O filme vale o que vale - Um grupo de amigos de infância decide festejar o aniversário de um deles num veleiro, na ilha de Porto Santo. Já longe da Costa aventuraram-se e mergulham no mar, esquecendo-se de fazer descer a escada de acesso ao barco. O pânico instála-se quando se apercebem que não têm forma de subir, que estão encurralados no mar, sem recurso a ajudas e que a unica pessoa dentro do barco é um bebé. O drama, o desespero e a falta de esperança vão tomando conta de todos, à medida que as horas vão passando e as tentativas em escapar com vida não resultam como esperam.

Perdidos, de Leonel Vieira é um thriller de suspense que nos faz arrepiar só de nos imaginarmos em situação semelhante. Os protagonistas não são desconhecidos - Dânia Neto, Diogo Amaral, Dalila Carmo, Lourenço Ortigão, Catarina Gouveia e Afonso Pimentel. O filme foi rodado na ilha de Porto Santo e nos mares do arquipélago da Madeira, cuja beleza natural é indiscutível. O cenário confere ao filme um ambiente fantástico, que só nos pode deixar orgulhosos. As imagens são magníficas e são um dos pontos que mais destaco.

Relativamente ao filme em si, gostei. Achei que estava realista e que a representação e as reacções eram reais e adequadas para a situação retratada. Não considero que seja exagerado ou irrealista - não fosse o filme baseado em factos verídicos -. Não se trata de uma obra prima, mas não tem de o ser, principalmente quando a história é esta. Saí satisfeita da sala de cinema e expectante em relação às próximas produções nacionais.

TELEVISÃO | Festival Eurovisão da Canção


A nossa participação na Eurovisão foi das poucas cuja canção foi cantada na língua do próprio país, e não em inglês. A nossa participação foi a única realizada no palco mais pequeno e intimista. Foi a única sem recurso a jogos incríveis de luzes, fogo de artifício, bailarinos e coro. Bastou o Salvador, a sua voz incrível e uma música simples, mas com uma mensagem tão bonita, que fez dez milhões acreditar. Pela primeira vez tive orgulho na nossa participação. Pela primeira vez acreditei. Pela primeira vez torci pela nossa canção, convicta de que era possível. E foi. Portugal venceu o Festival Eurovisão da Canção!

Imagem | @mariansimao 

TELEVISÃO | This Is Us


This Is Us teve uma promoção fantástica. A FoxLife apostou forte e eu estava muito entusiasmada, ao mesmo tempo que receava que a divulgação publicitária fosse maior do que a série e que o resultado desiludisse. Mas o meu entusiasmo foi recompensado e fiquei colada ao sofá desde o primeiro instante.

This Is Us conquistou-me desde o primeiro episódio. É um drama familiar apresentado de forma muito original pela NBC. Mostra-nos um grupo de personagens, cujos caminhos e histórias se cruzam e que se encontra ligado pela partilha do dia de aniversário... mas não só. A série é muito mais do que isto, mas para a perceberem têm de a ver. 

Não é por acaso que foi divulgada como sendo "real", "complicada" e "sobre a vida", porque é. É tudo isto e muito mais. A série desafia-nos a pensar nas nossas vidas e nas pessoas que fazem parte dela e que amamos. Oferece-nos uma perspectiva mais real, crua e verdadeira do que é o quotidiano, do que são as experiências,  as vitórias e as derrotas, sendo muito mais fácil identificar-nos com estas personagens do que com outras de qualquer outra série televisiva. This Is Us não mascara uma cena mediana com uma banda-sonora mágica, que nos leva a adorar o momento. O foco é dado às personagens, aos diálogos cheios de verdade, às pessoas e às suas vidas reais e complicadas. A história deles é também a nossa. E resulta tão bem.
Episódio a episódio tenho vindo a apaixonar-me pela história e pelos seus intervenientes. E é difícil escolher uma personagem favorita, pois todas elas têm as suas peculiaridades e características, que lhes conferem genuinidade e que me cativam ainda mais a cada episódio. Semanalmente vou descobrindo mais sobre o Jack e a Rebecca, a Kate, o Kevin e o Randall e cada vez os percebo mais e gosto mais disto.

A primeira temporada já terminou nos EUA e, dada a popularidade junto dos espectadores, a série foi renovada para mais duas. Ainda estou a alguns episódios do fim, mas já foram vários os momentos que me deixaram emocionada, boquiaberta, de sorriso rasgado e de lágrima no olho, tanto que quis de imediato partilhar convosco um dos momentos mais bonitos de um dos últimos episódios que vi. Para mim significou uma mensagem importante, fruto de um momento genuíno e de enorme simplicidade, sobre a inevitável ligação entre cada um de nós e sobre a pintura colorida que é a vida.

"I painted this because I felt like the play was about life and life is full of color and we each get to come along and we add our own color to the painting, you know? And even though it's not very big (the painting) you sort of have to figure that it goes on forever, in each direction. Like, to infinity. 'Cause that's kinda like life. It's really crazy, if you think about it, that a hundred years ago some guy that I never met came to this country with a suitcase. He has a son, who has a son, who has me. So at first when I was painting I was thinking, maybe that was that guy's part of the painting and then down here that's my part of the painting. And then I started to think... well... what if we're all in the painting... everywhere? And what if we're in the painting before we're born? What if we're in it after we die? And these colors that we keep adding, they just keep getting added on top of one another, 'til eventually we're not even different colors anymore. We're just... one thing. One painting. (...)

It all just sort of fits somehow, even if you don't understand how yet. People will die in our lives - - people that we love. In the future. Maybe tomorrow. Maybe years from now. It's kind of beautiful if you think about it, the fact that just because someone dies, just because you can't see them or talk to them anymore, it doesn't mean they're not still in the painting. I think maybe that's the point of the whole thing. There's no dying. There's no 'You' or 'Me' or 'Them.' It's just 'Us.' And this sloppy, wild, colorful, magical thing that has no beginning, has no end, it's right here. I think it's us".

Imagens | NBC, This Is Us

FUGAS | À descoberta do Porto (Parte I)

A chegada ao Porto fez-se perto da hora de almoço. Ás 11h já estávamos a pisar a cidade, entusiasmadas por conhecer a Invicta. Mas antes da aventura começar fomos à descoberta do nosso apartamento, para fazer o check in. Em meia hora tratámos de tudo, graças à eficácia e simpatia da nossa anfitriã, que ainda nos disponibilizou mapas e roteiros, de forma a enriquecermos a nossa estadia. Largámos a bagagem e partimos em busca de um restaurante para fazer a nossa primeira refeição. Era relativamente cedo para almoçar, mas estávamos com um buraquinho no estômago. Almoçámos perto da rua do Coliseu, que ficava a 500 metros do nosso apartamento e a um passo de outros locais que tínhamos reservado para este primeiro dia.

De energias renovadas, partimos à descoberta da cidade, de câmaras prontas a captar cada rua, ruela, edifício e monumento. Seguimos o roteiro que tínhamos planeado e logo nos apercebemos de que iríamos conseguir visitar o Porto em menos tempo do que o planeado. Per-fei-to!


De uma vez só passamos pelo Coliseu do Porto - que se encontrava fechado -, e seguimos em direcção à Rua de Santa Catarina, na Baixa do Porto, passando pelo Majestic Café e pelo Grande Hotel do Porto. Fizemos a rua de passagem, pois o plano era rumar até à Casa da Música e passear pelos arredores.



De caminho passámos pela principal avenida da cidade, a Avenida dos Aliados, que homenageia os aliados da Primeira Guerra Mundial. É nesta avenida que fica situada a Câmara Municipal do Porto. Não é por acaso que esta é considerada a "sala de visitas" da cidade. A imponência dos edifícios e o seu estilo arquitectónico conferem-lhe grande importância, sendo o local de eleição para celebrações de todo o tipo. De seguida fomos visitar a Igreja do Carmo, que fica próxima da Torre dos Clérigos. A igreja, de estilo Barroco, apresenta uma fachada lateral belíssima, revestida a azulejos azuis e encontra-se geminada com a Igreja dos Carmelita.
 



Sempre a pé, passamos pelo Jardim do Carregal, em direcção aos Jardins do Palácio de Cristal, que nos esperavam floridos. Houve tempo para relaxar, comer um gelado e apreciar a beleza incrível dos jardins românticos que rodeiam o Palácio.


De seguida retomámos a caminhada, que nos levou até à Avenida da Boavista e à Casa da Música. A Casa da Música é uma das principais salas de espectáculos do Porto. Foi projectada para fazer parte do evento Porto Capital Europeia da Cultura, em 2001, pelo arquitecto Rem Koolhaas. E foi aclamada internacionalmente como uma obra fabulosa e exuberante. Pessoalmente, não achei o edifício nada bonito e considero o grande contraste com a tradicional arquitectura da cidade um dos pontos negativos.


O final da tarde conduziu-nos cansadas até uma esplanada, com o pôr-do-sol como cenário de fundo. A acompanhar a música de rua, petiscámos ameijoas, queijos e enchidos e uma bebida fresca, como a atmosfera convidava. Foi digno de um dia de verão, em pleno Abril. Só a brisa fresca do início da noite nos afastou da esplanada e decidimos tomar o caminho de volta a casa. O jantar foi feito no nosso apartamento e as horas seguintes foram reservadas ao descanso e ao planeamento dos dois dias seguintes.

FAMÍLIA | Para ti, Mãe


Mãe,

Contigo aprendi muito mais do que a comer sozinha e a gostar de legumes, a atar os atacadores como os grandes, a andar de bicicleta sem rodinhas, a fazer a minha cama e a querer sempre o meu quarto limpo e arrumado. Aprendi contigo a gostar de cozinhar, apesar de ter sido com o pai que aprendi a gostar de comer e a ser um bom garfo. Ensinaste-me a ser imaginativa e a inovar, a gostar de fazer puzzles e de jogar basket. Por tua causa conheci e aprendi a gostar de ouvir George Michael e os Wham!, de Brian Adams e de outros clássicos dos anos '80. Contigo aprendi a gostar de cuidar mim e a ser vaidosa. Aprendi que devo valorizar-me sempre, a mim, ao meu trabalho e às minhas escolhas. E não foi fácil. Continua a não ser fácil, mas estou mais perto de o conseguir todos os dias. Aprendi contigo a gostar da natureza, do ar livre, das caminhadas e de campismo. De ti herdei o meu lado sensível e empático. Aprendi a ser generosa e ajudar sem esperar um retorno. A ser generosa assim, no sentido mais literal do termo. A dar porque quero e não por esperar que dêem de volta. Aprendi a não tomar nada como garantido e a dizer por favor e obrigada, sempre. Contigo aprendo todos os dias a ser mais paciente e a saber tolerar o que por vezes é pouco tolerável. Aprendo a desvalorizar situações e pessoas que não valem a pena. E aprendo a não alimentar o negativismo. A ti (e ao pai) devo o meu lado romântico e sonhador, que brota desde tenra idade e que me ensinou a ser exigente nas minhas relações, a querer relacionamentos na base do respeito mútuo, da amizade, cumplicidade e da partilha. 

Agradeço-te hoje e todos os dias por me teres ensinado tanto e por sempre me teres deixado escolher o meu caminho. Permitiste sempre que tivesse a liberdade de pensar e fazer as minhas escolhas. E deste-me asas para voar sozinha, estando sempre presente para me amparar e fazer sentir segura. Em ti vejo o meu verdadeiro porto-seguro. Alguém com que posso dividir muito, sem muitas palavras, e que está sempre pronta para me confortar com o melhor abraço e beijo do universo. 

Reconheço que sou, sempre fui e jamais deixarei de ser uma menina da mamã (e do papá). Culpa tua. Adoro o teu beijo de bom dia e não passo sem o teu abraço caloroso de boa noite. Admiro-te num número infinito de aspectos. E no futuro gostava de ser tão boa mãe quanto és para nós. Se assim for, sei que estarei a fazer as coisas da forma correcta. 

É, para mim, muito difícil dizer ou mostrar o que sinto. Sabes disso melhor do que ninguém, mamã. Por isso escrevo. E a ti dedico estas palavras - que são poucas comparadas com o tanto que me dás e ensinas todos os dias, há vinte e três anos -, mas são sentidas.
Amo-te muito. 




RWSP | Abril: Um filme baseado numa história verídica


Quando penso num filme baseado numa história verídica penso, inevitavelmente, no Titanic (1997). Não consigo ser mais original do que isto. Podia falar-vos de mil-e-um filmes dentro desta categoria, porque há tantos e tão marcantes, mas acho que nenhum outro me abalou tanto e durante tanto tempo quanto este. Recentemente vi e revi The Finest Hours e In The Heart of The Sea e acho que tenho uma queda por tragédias e mar. Mas o Titanic terá sempre um lugar cativo no meu coração. 

Não me lembro da primeira vez que o vi - sei que foi durante a escola primária -, nem consigo contabilizar as vezes que o revi. Foram muitas, assumo. Posso vê-lo em qualquer altura, qualquer que seja o meu estado de humor e sei de cor a maioria das falas e a cronologia dos acontecimentos. Mas porque nunca é demais, voltei a revê-lo este ano. E duas décadas depois da estreia, ainda o considero um filme de destaque e que irei guardar na memória durante anos. Não porque me identifico com a história - felizmente -, ou porque se trata apenas de uma história de amor linda e trágica - que é -, mas porque foi grandioso, marcante e uma obra cinematográfica de grande qualidade, na minha modesta opinião de espectadora. É um filme inspirador, cativante e que me faz acreditar no amor. Sempre.
As razões que me levam a eleger o Titanic como um dos melhores filmes de sempre, na categoria das histórias verídicas, são várias e partilho-as convosco.

Retrata as grandes diferenças sócio-económicas
Titanic era considerado o navio dos sonhos. Enorme, luxuoso e deslumbrante. Nele embarcaram 1316 passageiros e apesar de ter sido pensado para ser o navio mais luxuoso da época, destinado a passageiros das mais elevadas classes, como empresários, artistas, políticos ou militares, a maioria dos passageiros pertencia à terceira classe, que incluía imigrantes de diferentes partes da Europa. A divisão era evidente - Estes passageiros foram os únicos sujeitos a rigorosos controlos sanitários, a fim de evitar possíveis contaminações e as suas instalações e acomodações eram mais modestas e ficavam situadas nos conveses inferiores, longe dos passageiros da primeira e segunda classe. 


Aborda a questão das doenças mentais
Numa altura em que era raro falar-se de doenças mentais, ainda mais raro sobre suicídio, em Titanic assistimos ao abordar da temática, através da personagem Rose, que se sente negligenciada, incompreendida e sozinha e que vive encurralada numa vida com a qual não se identifica, ao ponto de considerar o suicídio como a sua única saída. Considero que foi um pormenor importante na construção desta personagem, pois apesar de, à partida, Rose ter tudo aquilo que uma jovem da época desejaria, não tinha a liberdade de poder fazer as suas escolhas e de viver a vida como queria. É uma abordagem realista, que se ajusta e que é transversal a qualquer cenário e época.


A qualidade do elenco
É incrível a quantidade de bons actores que estão presentes no filme. Bill Paxton, Kathy Bates, Victor Garber, Kate Winslet, Leonardo DiCaprio, todos no mesmo filme? Tinha tudo para dar certo, verdade? E deu. A qualidade da representação é tão boa, que seria difícil não criarmos uma ligação com as personagens. 


O Jack e a Rose
Claro! Podem argumentar que é a típica história de amor entre a rapariga rica e o rapaz pobre. É sim. Mas a diferença e o segredo do sucesso desta dupla está na sua vulnerabilidade, na sua transparência e na sua entrega - e claro, no talento da Kate e do Leonardo -. São uma das minhas duplas preferidas no cinema e fazem-me sempre suspirar na mítica "You jump, I Jump". É certo que é apenas um filme, mas um filme que resultou e que me fez acreditar nestas duas personagens. Ela foi capaz de ver para lá do rapaz pobre, de terceira classe. E ele viu nela mais do que uma raparia bonita e rica. O seu amor foi sincero, real e poderoso, desafiando todos padrões da época.


É um embate com a realidade
É impossível ficar indiferente à tragédia que é o foco principal do filme. Ver um filme destes, com esta carga emocional, perceber que aconteceu de verdade e pensar na quantidade de vidas que se perderam, faz-nos colocar as coisas em perspectiva. Porque, de facto, nunca sabemos o dia de amanhã. Podemos achar que temos tudo controlado, fazer inúmeros planos e pensar em infinitos cenários e, mesmo assim, ter um desfecho completamente inesperado. Porque nada é certo, nem garantido. Nem nenhum navio é inafundável


É uma mensagem de esperança
Apesar de terminar sempre de coração apertado e de olhos vermelhos de tristeza, o Titanic faz-me acreditar que o amor existe. Sempre tive a sensação de que o filme pretendia transmitir uma mensagem de esperança, a esperança no amor e na sua capacidade de vencer, quaisquer que sejam as circunstâncias. E mesmo quando o desfecho é trágico ou não é o que esperamos, não quer dizer que a história tenha sido menos rica, ou que esse amor não tenha prevalecido. Pelo contrário. Prevalece a memória feliz de uma história que, apesar de curta, foi mais rica em verdade e sentimento do que muitas outras.


Para muitos o Titanic é, e sempre será, um cliché romântico, mas para mim é muito mais do que isso. Foi o filme que moldou a minha forma de ver filmes - românticos, baseados em histórias verídicas, dramas, históricos, de todo o tipo -. E arrisco-me a dizer que foi o filme que elevou os meus padrões e expectativas relativamente aos relacionamentos. Titanic fez com que, até hoje, desejasse um dia dançar ao som de música irlandesa, com a minha cara metade e uma caneca de cerveja nas mãos - apesar de não gostar de cerveja (*suspiros*).

RETROSPECTIVA | Abril


Na sua maioria, Abril foi um mês positivo. Tive a oportunidade de regressar à minha faculdade, para as jornadas de Psicologia Clínica e da Saúde. Fui com a minha companhia do costume, com que dividi três anos de estudo e com quem partilhei muitos bons momentos. Foi tão bom regressar como se não se tivessem passado cinco anos desde o início do nosso percuro universitário. Tinha saudades do ambiente e foi bom regressar enquanto antiga aluna e relembrar os dias em que ali pertenci, onde fiz tantas memórias e onde conquistei tanto. 

Abril foi também o mês da viagem ao Porto. A nossa viagem de amigas e uma das primeiras aventuras juntas a explorar uma cidade nova por nossa conta. Foi tão bom. Descobrimos muito sobre o Porto, que é lindo, e aprendemos muito sobre nós e sobre a forma como nos relacionamos fora do nosso ambiente habitual. Foi uma experiência rica e, acredito, a primeira de muitas aventuras juntas. 

O ponto menos positivo do mês foi a saúde do Óscar. O nosso companheiro de quatro patas pregou-nos um susto numa manhã de fim de semana - entrou em choque e ficou completamente prostrado e em estado de hipotermia. Corremos para o Hospital Veterinário, com o Óscar nos braços, sem qualquer reacção. Seguiram-se exames, um internamento de quatro dias e mais exames. Uma pequena melhoria, seguida de notícias menos boas e inconclusivas. Foram dias de muita apreensão e angústia e custou muito vê-lo naquele estado sem qualquer pista sobre a causa. Regressou a casa com muita medicação e uma dieta hepática, tendo em conta que o fígado foi o órgão mais danificado. No hospital colocaram a hipótese de ter ingerido algo tóxico ou venenoso e, até agora, acreditamos ter sido essa a causa. No entanto não foi possível ter a certeza. A forma como aconteceu? Desconhecemos. O Óscar vai sempre à rua de trela e temos mil cuidados com ele por ser um cão farejador e, por isso, andar sempre de nariz no chão. Apesar dos cuidados, é difícil estarmos atentos a todos os movimentos e deve ter aproveitado alguma distracção nossa para apanhar algo que lhe provocou esta reacção. Felizmente tem estado a recuperar bem, apesar de ainda não estar a 100%. Mas de dia para dia e com muitos miminhos e atenção à mistura está a regressar ao Óscar enérgico que era.

Apesar de ter começado bem e de, no geral, ter sido positivo, Abril deixou este amargo no final por todo este percalço com o óscar e também por motivos que têm a ver com a minha vida académica/ profissional. Termino mais um mês sem qualquer resposta de quando poderei dar continuidade ao meu percurso e por tudo isto sinto-me estagnada e a desanimar. Não tem sido fácil gerir alguma frustração que se tem instalado, mas tento agarrar-me às muitas coisas positivas que me rodeiam e às pessoas que tenho por perto e que têm sido essenciais neste período menos fácil. Entre elas, estão os meus pais. Incansáveis em não me deixar baixar os braços e sempre com uma palavra de conforto, que me aquece o coração. A eles agradeço sempre.

Espero que Maio seja portador de boas notícias e mudanças positivas.