Entro no comboio. Estou sozinha e tenho a carruagem só para mim. O meu lugar de sempre está livre e é lá que me sento. Vou à janela. Ponho os auscultadores e semicerro os olhos porque tenho o sol a bater-me na cara. Por breves minutos sinto-me mais leve, sem preocupações e pressões de qualquer tipo. Acho que cheguei mesmo a adormecer. A música embalou-me e os pensamentos fizeram-me viajar a grande velocidade até ao passado. É sempre lá que vou ter. É sempre lá que a minha mente me leva...

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Já não sei quem sou. Não sei a quem pertence este rosto que vejo no espelho. Os meus olhos estão tristes e pesados. São tantas as interrogações que faço a mim mesma. Sinto-me perdida, sem rumo, sem chão, sem saber o que fazer. Por vezes sinto que não sou compreendida, entendida, ouvida. Quero gritar e não tenho voz, quero fugir e estou sem forças...


“Every night, I watch the sunset and soak up every last ray of its warmth, and send it from my heart to yours.” 
Pearl Harbor, 2001 ♥